GOVERNO ANUNCIA PROPOSTA PARA REDUZIR ICMS E CONTER A ALTA DO DIESEL
O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta segunda-feira (6) que o governo federal aceitará ressarcir os estados pelas perdas de arrecadação com o projeto de lei que estabelece uma alíquota máxima para o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre os combustíveis.
Como contrapartida, no entanto, o governo exigirá que os estados e o Distrito Federal derrubem a zero a alíquota do ICMS sobre o diesel e o gás de cozinha.
Segundo o ministro Paulo Guedes, se os governos estaduais aceitarem a proposta, o acordo valerá até 31 de dezembro. Ele afirmou que a compensação custará ao governo federal entre R$ 25 bilhões e R$ 50 bilhões.
Em linhas gerais, o governo propõe para o óleo diesel e o gás de cozinha a derrubada das alíquotas de ICMS a zero até o fim do ano – os impostos federais (PIS e COFINS) já estão zerados, nos dois casos. Se isso acontecer, o valor que seria arrecadado em ICMS pelos estados e pelo DF com as alíquotas a 17% será repassado aos governos locais pela União.
O projeto de lei complementar que já tramita no Congresso Nacional prevê apenas parte dessas regras. O texto define que combustíveis, energia, gás natural, comunicações e transportes coletivos são bens essenciais e indispensáveis. Essa classificação faz com que estados não possam cobrar alíquotas de ICMS acima da chamada “alíquota geral”, que varia de 17% a 18%.
O texto já foi aprovado pela Câmara e está agora sob análise do Senado. O relator do texto, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), se reuniu com representantes dos estados na última semana para discutir o projeto.
Não há uma resposta definitiva se o acordo é capaz de frear a escalada de preços. A diretora da Instituição Fiscal Independente (IFI), Vilma Pinto, afirma que um corte no ICMS tem potencial para reduzir os preços na bomba – mas nada garante que os preços se mantenham baixos. “Se você reduzir a alíquota do ICMS, naturalmente haverá uma redução nos preços, se houver esse repasse dentro da cadeia, claro. Só que é uma redução pontual, naquele momento. A partir dali o preço pode variar para cima ou para baixo, a depender da política de formação de preço do produto”.
Também no fim de maio, o ICMS respondia por 24% do custo da gasolina na bomba e 11,6% do preço do diesel. Esse peso varia conforme o preço dos combustíveis flutua.
Em pronunciamento, Bolsonaro afirmou que “todos devem dar a sua contribuição” para reduzir o valor dos combustíveis.